Movimentos
Sociais irão realizar no primeiro semestre de 2018 uma atividade
inédita na cena política e social brasileira: o Congresso do Povo
Brasileiro.
A
proposta é que o Congresso atinja desde as organizações que atuam
nos bairros, municípios e estados até chegar na etapa nacional.
“Nós vamos fazer uma mobilização ampla, com reuniões que
acontecerão nos salões paroquiais, nos ginásios e escolas para
discutir a situação em que o povo está vivendo e quem são os
culpados desse quadro”, afirmou João Pedro Stédile, do Movimentos
dos Trabalhadores Sem Terra.
Não
há transformação profunda sem a participação organizada daqueles
que mais precisam que o País se torne uma nação forte,
independente, soberana e desenvolvida. Por isso, o ineditismo da
atividade está também na ampliação e chamado para que o povo
construa com as suas próprias mãos o projeto que busca o
desenvolvimento do Brasil.
Para
o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil,
Adilson Araújo, “o Congresso vai abrir uma nova página que
instrumentalize o povo e aumentar o ímpeto para este novo projeto
que tenha no centro a valorização do trabalho, o crescimento da
indústria nacional, combate aos retrocessos nas políticas de
combate ao racismo e ao machismo, entre outras pautas”.
A
previsão é de que esse processo será também de formação e
construção de uma agenda de mobilização para disputar a sociedade
brasileira. “O sentido do projeto é de disputar a hegemonia com a
pauta da classe trabalhadora e desconstruindo os pilares do
neoliberalismo”, defendeu Nalu Faria, da Marcha Mundial das
Mulheres.
O
Congresso do Povo também tem entre os seus objetivos incidir na
disputa eleitoral. “Nós vamos aprovar um projeto unificado para
comprometer todos os candidatos do campo democrático com uma
plataforma mínima num projeto amplo e com princípios firmes que
tenha no centro o compromisso com a retomada das conquistas
democráticas, com um Estado que garanta desenvolvimento, educação
pública, ciência e tecnologia”.
Segundo
Raimundo Bonfim, da Coordenação dos Movimentos Populares “é uma
iniciativa para acumular força social desde as bases para pautar
pela visão do povo as formulações programáticas das candidaturas
e fazer com que o nosso campo saia vitorioso”.