terça-feira, 11 de outubro de 2016

Saiba quais foram os deputados do Maranhão que votaram pela aprovação da PEC 241



O plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta segunda-feira, 10, em primeiro turno, por 366 votos a favor, 111 contra e duas abstenções, o texto-base da PEC 241, a PEC da morte e do arrocho, proposta que é considerada o maior golpe nos direitos sociais e na Constituição de 1988.
A proposta do governo Michel Temer de alterar a Constituição para congelar, por duas décadas, os investimentos em saúde e educação, entre outros gastos públicos, foi aprovada nesta segunda-feira 10 na Câmara. Após um banquete oferecido a deputados pelo presidente na véspera, 366 votaram a favor da chamada PEC 241, 58 acima do necessário.
Essa decisão do Congresso é uma condenação de morte para milhares de brasileiros que terão a saúde impactada por essa medida irresponsável”, disse José Gomes Temporão, ex-ministro da Saúde do governo Lula, em entrevista a CartaCapital. “Estamos falando de fechamento de leitos hospitalares, de encerramento de serviços de saúde, de demissões de profissionais, de redução do acesso, de aumento da demora no atendimento.”
Uma surpresa de última hora acrescentou ainda o salário mínimo como item sujeito a congelamentos por duas décadas, sem aumentos reais.
No substitutivo apresentado pelo deputado Darcísio Perondi (PMDB) à proposta que está sob análise da Câmara, há a previsão de punições como o congelamento dos salários de servidores públicos e o veto ao aumento do salário mínimo acima da variação inflacionária. As sanções não constavam na proposta original apresentada pelo governo de Michel Temer. 
Segundo o artigo 104 do texto apresentado por Perondi, serão aplicadas diversas punições aos poderes "até o final do exercício de retorno das despesas aos respectivos limites". Entre as sanções previstas, fica vedada "a adoção de medida que implique reajuste de despesa obrigatória acima da variação da inflação". Embora o texto ressalve a "preservação do poder aquisitivo" do salário mínimo, a punição equivale a um congelamento do aumento real dos vencimentos. 
O texto prevê também a proibição à concessão de aumento e reajuste de remuneração "de membros de Poder ou de órgão, de servidores e empregados públicos e militares" caso o limite de gastos imposto pela PEC seja descumprido. 

Deputados do Maranhão que disseram SIM a PEC 241
Juscelino Filho DEM
Junior Marreca PEN
Alberto Filho PMDB
João Marcelo Souza PMDB
Hildo Rocha PMDB
Davi Alves Silva Júnior PR
Cleber Verde PRB
Ildon Marques PSB
José Reinaldo PSB
Victor Mendes PSD
João Castelo PSDB
Pedro Fernandes PTB
Aluisio Mendes PTN

Deputados do Maranhão que disseram NÃO a PEC 241
Rubens Pereira Júnior PCdoB
Weverton Rocha PDT
Eliziane Gama PPS
Zé Carlos PT

Com informação de Carta Capital. 
Banquete oferecido por Temer a deputados na véspera da aprovação da PEC 241.

Deputados golpistas comemoram a aprovação da PEC 241.

Trabalhadores protestam, na Câmara, contra a aprovação da PEC 241.
 

Temer oferece banquete para deputados que aprovaram PEC. Os restos do banquete serão oferecidas ao povo brasileiro pelos próximos vinte anos.



Após oferecer banquete a deputados, governo Temer consegue aprovação da PEC 241 por 366 votos, 58 acima do necessário.
A PEC, que congela por duas décadas os investimentos em saúde e educação, entre outros gastos públicos, chamada de PEC da morte e do arrocho, é considerada o maior golpe nos direitos sociais e na Constituição de 1988.



domingo, 28 de agosto de 2016

Economista afirma que, ao contrário do que se diz, presidente Dilma realizou uma “despedalada” e o seu afastamento é “um atentado à democracia”



Primeira pessoa indicada pela defesa da presidenta afastada Dilma Rousseff a ser ouvida no julgamento do impeachment, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo disse que ela foi excessivamente responsável com as medidas fiscais de 2015 e afirmou que “o afastamento da presidente pelos motivos alegados é um atentado à democracia”. Segundo ele, o impacto provocado pela edição dos decretos suplementares, mesmo sem autorização do Congresso Nacional, foi “ridículo”.
Belluzzo fala na condição de informante a pedido do advogado José Eduardo Cardozo, que solicitou a mudança para evitar novos tumultos na sessão – marcada por debates em torno da suspeição das testemunhas arroladas. O economista afirmou que, no momento em que os decretos presidenciais foram expedidos, “a presidente tinha feito um contingenciamento de R$ 70 bilhões e posteriormente outro de R$ 8,5 bilhões", disse. A medida, segundo ele foi tomada, sem sucesso, na tentativa de compensar os efeitos da queda de arrecadação. "Foi excesso de responsabilidade fiscal”, disse.
Belluzzo afirmou que, ao contrário do que sustenta a acusação, em 2015, “houve uma 'despedalada' porque, no momento em que a economia estava perdendo receita, a presidente fez o contingenciamento". "Isto se chama ação pró-cíclica”, completou. Ele acrescentou que já em 2014 previa que o ajuste fiscal iniciado naquele momento teria as consequências que teve. "A política fiscal executada ao longo de 2015 levou a uma contração brutal da receita. Fazendo uma analogia entre a economia e um pugilista abatido, Belluzzo afirmou que “para reanimá-lo, [o governo] lhe deu um soco na cabeça".
Sobre o Plano Safra, Belluzzo destacou que os efeitos de um corte do benefício direcionado a agricultores “seriam muito graves porque você desampararia a agricultura brasileira”. O economista ainda afirmou que a atuação do governo não configura uma operação de crédito, mas sim uma operação fiscal.
“Uma operação de credito é uma coisa muito bem definida: em que alguém cede dinheiro para receber de volta mediante pagamento de juros. A relação de crédito está estabelecida entre o Banco do Brasil e o mutuário do setor agrícola. Por que isso não está contemplado no Orçamento, o subsídio que deve ser destinado ao Plano Safra? Está. Então isso é uma operação fiscal, não é uma operação de crédito, claramente não é”, afirmou.
O economista segue sendo questionado apenas por parlamentares que defendem a manutenção do mandato de Dilma Rousseff. Para dar celeridade à oitiva das testemunhas arroladas pela defesa, os senadores favoráveis ao impeachment abriram mão de fazer perguntas. Além de Belluzo, mais quatro pessoas – indicadas pela defesa – devem ser ouvidas hoje. Na lista, está o ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa.
Com notícias da Agência Brasil

domingo, 26 de junho de 2016

Líder do PMDB no Congresso admite que pedaladas foram desculpa para tirar Dilma


Líder do PMDB no Congresso admite que pedaladas foram desculpa para tirar Dilma
Depois do deslize do presidente em exercício Michel Temer, ao afirmar à imprensa internacional que tirou o avião da Força Aérea Brasileira (FAB) da presidente afastada Dilma Rousseff para impedir que ela denunciasse ‘o golpe’ pelo país, agora, a líder do governo no Congresso Nacional, senadora Rose de Freitas (PMDB), admite que não houve pedaladas fiscais e que o motivo do impeachment é outro.
“Por que o governo saiu? Na minha tese, não teve esse negócio de pedalada. Eu estudo isso, faço parte da Comissão de Orçamento. O que teve foi um país paralisado, sem direção e sem base nenhuma para administrar. A população não queria mais e o Congresso não dava a ela os votos necessários para tocar nenhuma matéria. E o país não podia ficar parado”, afirmou em entrevista à Itatiaia.
A senadora acredita que o processo de impeachment no Senado não será revertido e que Dilma será afastada definitivamente na votação prevista para acontecer em agosto. “Eu fiz uma pergunta para aqueles que advogam pela reversão, citando uma música do Caetano (Veloso) que diz ‘se foi para desfazer, porque fez?’”, argumentou.
“Se voltar esse quadro, o que você vai fazer? Vai ter um país parado outra vez? Não é possível”, completou.
Na opinião de Rose de Freitas, a equipe econômica de Michel Temer ouve mais o Brasil do que o grupo formado por Dilma. Sobre os escândalos que já afastaram três ministros escolhidos pelo presidente em exercício, a senadora se posicionou.

“Eu como presidente não levaria ninguém que tivesse qualquer processo, ainda que a pessoa fosse inocente, eu esperaria o tempo para ela provar sua inocência para depois voltar ou ser nomeada. Mas ele tinha mais proximidade e conhecia melhor essas pessoas do que eu. Portanto, acho que não comprometerá o presidente se ele estiver trabalhando com a folha corrida limpa e estiver disposto a ajudar o Brasil”, finalizou.

sábado, 21 de maio de 2016

Um programa contra o golpe




2016 será tristemente lembrado como o ano em que uma presidente eleita por 54 milhões de brasileiros foi afastada do cargo por meio de um golpe. Não foi um golpe militar, como em 1964. Mas, como em 1964, o golpe também usou o mote do combate à corrupção. Rede de intrigas estimulada pela interlocução entre membros do judiciário e do congresso e uma narrativa construída pela grande mídia resultou no afastamento da única pessoa sobre a qual não recai qualquer acusação de corrupção: a presidente Dilma. Verdade irônica que não chegou de imediato aos lares brasileiros, pois, claro, não saiu no Jornal Nacional.
Contudo, a cada ato do governo Temer, fica mais evidente para onde o país caminha: para um governo em que os mais ricos irão aumentar sua ofensiva contra os pobres, retirando direitos sociais e trabalhistas e reduzindo as possibilidades de acesso à saúde, à educação e à cultura (cujo ministério deixou de existir como pasta autônoma). Uma “ponte para o passado”, coordenada por um grupo de políticos acusados de corrupção, tentativa de homicídio (como o líder do governo Temer na Câmara, o deputado André Moura), além do visível desprezo às mulheres, aos negros e aos artistas. Por que os grupos que pregaram o impeachment de Dilma não se mobilizam agora contra o envolvimento de Temer e de sete dos seus ministros na Lava Jato? Cadê os editoriais da grande mídia defendendo o impeachment de Temer, já que, diferente de Dilma, ele, sim, foi citado como beneficiário de corrupção na Lava Jato?
Além de ter evidenciado que o impeachment era uma farsa, aquele tenebroso 17 de abril revelou o óbvio para todo o país: que a Câmara dos Deputados se compõe de uma maioria de políticos que legislam em causa própria e em defesa dos interesses dos capitalistas. Revelou-nos também que não podemos nos deixar iludir pelo sistema eleitoral. Como lição, fica claro que devemos dar mais importância às nossas escolhas. 
Assim, nesta eleição é preciso apoiar candidatos que apresentem um conjunto de propostas contra o golpe e propostas voltadas para a realidade municipal: - não ao golpe; - não reconhecimento do governo golpista de Temer; - contra a retirada dos direitos sociais e trabalhistas; - contra a reforma previdenciária; - em defesa do SUS; - em defesa do petróleo brasileiro: contra a entrega do petróleo aos magnatas internacionais; - contra o fim do Ministério da Cultura; - abaixo o fascismo! Nas eleições municipais: - transparência na gestão; - constituição de conselhos populares na gestão municipal; - orçamento participativo; - efetivação do Plano Municipal de Educação; - criação do Plano Municipal de Leitura.

sábado, 14 de maio de 2016

O fruto do golpe: um governo machista e... corrupto.


O fruto do golpe: um governo machista e... corrupto.
Aprovado o impeachment, o governo Temer é o fruto do golpe que maculou a democracia no Brasil e manchou a imagem do país na comunidade internacional.
E aí, o que você tem a dizer? Sim, você mesmo que dizia lutar contra a corrupção, postou foto do Sérgio Moro no seu facebook, difundindo a ilusão de que o juiz de terno preto combatia todos os corruptos e não apenas alguns, como se tem constatado; sim, você que evitou criticar o Eduardo Cunha, ignorando suas contas secretas na Suíça e seu envolvimento na Lava Jato, deixando-o à vontade para comandar o circo de horrores do impeachment; você que acha “engraçado” o nazi-fascismo do Bolsonaro para vê-lo atacar a presidenta Dilma (pelamordedeus, qual a graça existente na tortura, na violência em geral e na boçalidade?); sim, você que compactuou com o golpe, me diga, como você agora explica esse governo, composto por um presidente e sete ministros citados na operação Lava Jato?
Michel Temer (PMDB) é citado como beneficiário nos escândalos de corrupção que são alvo da força-tarefa.
Romero Jucá (PMDB-RR), ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão está na lista de investigados que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao Supremo Tribunal Federal no início de 2015, citado como beneficiário dos esquemas de corrupção.
Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), da Secretaria de Governo, foi citado em mensagens apreendidas pela Operação Lava Jato que sugerem que ele usou sua influência para atuar em favor dos interesses da construtora OAS.
Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), ministro do Turismo, é suspeito de receber propinas do dono da OAS, Léo Pinheiro, em troca de favores no Legislativo.
Os ministros: da Educação, Mendonça Filho (DEM-PE), da Defesa, Raul Jungmann (PPS-PE), das Cidades, Bruno Araújo (PSDB-PE) e da Saúde, Ricardo Barros (PP-PR), são citados na famigerada lista da Odrebrecht apreendida pela Polícia Federal na sede da construtora, em março, durante a 23ª fase da Lava Jato.
O governo que resulta do golpe é também um governo misógino: não possui nenhuma mulher nos ministérios, fato que não acontecia desde o governo Geisel (1974-1979), durante a ditadura militar, o que mostra que muitas das expressões de ódio contra Dilma Roussef eram, na verdade, dirigidas às mulheres em geral. Dos 24 ministros de Termer, nenhuma mulher. E nenhum ministro negro, 128 anos depois do fim da escravidão em nosso país, “comemorado” ontem, 13 de maio.

Preparem-se para os dias que virão, inclusive você “ingênuo” combatente da corrupção que ansiava pelo fim do governo do PT.

terça-feira, 3 de maio de 2016

Propostas de Michel Temer para a educação são uma “ponte para o passado”




Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, criticou as propostas do PMDB para a educação em um eventual governo do vice-presidente Michel Temer, caso o peemedebista assuma o Palácio do Planalto no lugar da presidenta Dilma Rousseff. Segundo Mercadante, as ideias, apresentadas no documento A Travessia Social, são "um passo em direção ao passado e não ao futuro”.
No documento, elaborado pela Fundação Ulysses Guimarães e ainda não lançado oficialmente, o PMDB expõe uma série de medidas para a área social. Na educação, o partido sugere, por exemplo, a bonificação de professores, por meio de um programa de certificação federal dos profissionais do ensino fundamental e médio. Pela proposta, a União passaria a custear um pagamento adicional à remuneração regular de acordo com os resultados dos docentes.
Segundo Mercadante, iniciativas semelhantes não deram bons resultados. “Internacionalmente, academicamente, as pesquisas não mostram que essa é uma política de resultados seguros. Mesmo experiências no Brasil, como em São Paulo, não tiveram o que se esperava em termos de retorno”, disse. 
Orçamento
O petista também criticou a possibilidade de desvinculação de recursos para a educação. A questão é tratada no documento Uma Ponte para o Futuro, divulgado pelo PMDB em outubro do ano passado. No texto, o partido de Temer diz ser “necessário, em primeiro lugar, acabar com as vinculações constitucionais estabelecidas, como no caso dos gastos com saúde e com educação, em razão do receio de que o Executivo pudesse contingenciar, ou mesmo cortar esses gastos em caso de necessidade”.
“A desvinculação de receita é um grave retrocesso. É um desmonte do PNE [Plano Nacional de Educação], que é uma estratégia extremamente ousada”, disse Mercadante. O PNE estabelece que até 2024, o Brasil invista pelo menos 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação. Atualmente, o investimento é de 6,2%. “A meta 20 [que trata do financiamento] não está resolvida. O que o PNE diz é que precisaríamos de mais receitas para educação”, ponderou o ministro.
A Constituição estabelece que União invista um mínimo de 18% do que arrecada em educação e, estados e municípios, 25% de suas receitas. O fim do mínimo constitucional e a desvinculação de receita, segundo Mercadante, inviabilizaria também a Lei do Piso [Lei 11.738/2008], que define um mínimo a ser pago aos professores. Estados e municípios já manifestaram dificuldades em cumprir a lei.
Sociedade civil
Além de Mercadante, as possíveis mudanças na condução das políticas de educação também foram alvo de críticas de entidades que atuam na área. Para o Fórum Nacional de Educação (FNE), composto por 50 entidades representantes da sociedade civil e do Poder Público, a medidas peemedebistas “são contrárias a tudo o que o movimento educacional aponta para a educação”, de acordo com o coordenador da entidade, Heleno Araújo.
“Investir no melhor desempenho [do professor] e deixar de colocar receita [na educação] é um prejuízo geral do PNE. São políticas paliativas que tentam encobrir a falta de financiamento da educação”, acrescentou Araújo.
A presidente-executiva do movimento Todos pela Educação, Priscila Cruz, também apontou problemas nas propostas do PMDB para o setor. “A desvinculação de recursos da educação em um momento em que não se cumpriram sequer as agendas do século passado, em que ainda temos mais de 3 milhões de crianças fora da escola e a minoria aprende o que tem direito, é retrocesso”, disse.
Em relação às bonificação de professores, Priscila disse que a questão é polêmica. Embora bem-sucedida em alguns países, segundo ela, “não há evidência de que a política ajudou a avançar a educação”. A diretora do Todos pela Educação disse que melhorar a formação de professores e tornar a carreira mais atrativa são medidas mais efetivas. O bônus, segundo Priscila, funciona “em países que conseguiram fazer a lição de casa mais forte na base, em que a carreira de professor é muito disputada”, o que não é o caso do Brasil.
Propostas de Temer
Em relação à desvinculação de receitas para educação, o PMDB diz que, no Brasil, a maior parte do Orçamento chega ao Congresso para ser discutido e votado, com a maior parte dos recursos já comprometidos ou contratados, seja por meio de vinculações constitucionais, seja por indexação obrigatória dos valores.
“Assim, a maior parte das despesas públicas tornou-se obrigatória, quer haja recursos ou não. Daí a inevitabilidade dos déficits, quando os recursos previstos não se realizam, ou porque as receitas foram superestimadas, ou porque houve retração na atividade econômica, e, portanto, perda de receitas”, diz trecho de Um Ponte para o Futuro.
Já no documento A Travessia Social, o partido de Temer diz que o governo federal precisa “de um protagonismo muito maior do que tem tido até hoje, para assegurar que, na diversidade do país, as crianças brasileiras, onde quer que vivam, tenham as mesmas oportunidades de educação e de conhecimento”.
Edição: Luana Lourenço


'Instituições ensinam as pessoas a odiar', diz Marcia Tiburi



Filósofa diz que intolerância política é fomentada pelos meios de comunicação hegemônicos e pelo Judiciário: "Estão apodrecidos"

A filósofa Marcia Tiburi vê a intolerância política crescente no país como "uma estranha autorização das pessoas que não refletem, não raciocinam, sem um pensamento voltado à questão social, que se manifestam contra aqueles que se posicionam contra o golpe, ou seja, daqueles que tem uma visão da sociedade mais ampliada."
"Acho que estamos vivendo uma espécie de escândalo fascista. Há um momento de avanço da espetacularização fascista no dia a dia. O que está estarrecendo todo mundo é essa autorização pessoal que vemos nas ruas, o medo por estar com uma roupa vermelha ou por ter uma posição crítica da sociedade. O que chama a atenção dessas figuras que têm se jogado numa forma de pressão fascista, preconceituosa, agressiva e, sobretudo, autorizada para expressar a intolerância", afirmou Tiburi, em entrevista à repórter Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual.
A filósofa usa o termo "fascistizado" para denominar o Congresso Nacional, onde ela vê raras exceções, como os parlamentares de esquerda mais críticos, mas que são minorias. Ela alerta que o cidadão comum, que não tem poderes, também expressa o fascismo. "Tem uma coisa que é interessante. O fascista não escuta, é uma personalidade autoritária. Ele não está aberto ao outro, pois possui um pré-julgamento do outro. Ele o trata como 'um petista' e vai xingá-lo. Esse ódio é fomentado e manipulado pelos meios de comunicação, a pessoa apenas repete o discurso de certas mídias, hegemônico, como a televisão e jornais de grande circulação. O fascista apenas repete o discurso pronto, ele se apodera de uma espécie de capital de conhecimento e consegue calar os outros."
Para ela, seria importante avaliar o cotidiano dessas pessoas que não param para pensar. "Essa é uma figura que é preciso ter uma atenção, estudar, porque há muitos problemas subjetivos, políticos, psíquicos e até psicanalíticos envolvidos. Tudo isso é feito do vazio do pensamento", explica a filósofa. "O pensamento está em baixa, muitas pessoas se negam a refletir, questionar, perguntar o que está acontecendo."
Ela acredita que a amplitude da conjuntura atual está criando um mal-estar profundo na sociedade. "Existe um arranjo sistêmico. Um golpe do Judiciário, que está apodrecido, além da mídia apodrecida, que faz existir o braço midiático no golpe. Há também o golpe cotidiano, que o mero cidadão que pratica o golpe de si mesmo, que se aliena através d um reality show, onde aprendeu um ritual de sacrifício, acha que pode praticar o pequeno golpe definindo que o presidente tem que sair."
Autora do livro Como conversar com um fascista, Marcia acredita que aqueles que defendem a democracia devem apelar para a lei. Ela afirma que, sem legalidade, não há direitos, e sugere a análise do cidadão comum nesse momento. "Analisar a si mesmo levaria o cidadão a cair em um processo de profunda vergonha e mal-estar. Esse indivíduo acaba se lançando em um processo de julgar o outro, vide o caso da corrupção no Brasil. Aliás, essa história de golpe, esse senso do impeachment, se alicerça em uma propaganda contra a corrupção e é para convencer o cidadão mediano de que ele é melhor do que aquele que o governa."
"Muitos não sabem diferenciar o processo de impeachment da Operação Lava Jato. Existe muita confusão conceitual típica de um país que não teve educação política, onde muitos são manipulados pelos meios de comunicação hegemônicos", acrescenta.
Por outro lado, a filósofa vê a mídia alternativa como ponto positivo. Ela diz que ficou chocada com o fato de o jornalista Pio Redondo perder três dentes após ser agredido por manifestantes que acampam em frente ao prédio da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) e abre uma reflexão sobre esse tipo de violência.
"Desculpa falar assim, mas quando a gente quer que o cachorro entre em uma briga devemos incitar muito esse cão para que fique irritado. Talvez as pessoas estejam sendo maltratadas pelos próprios organizadores do golpe. Eu acho que todos os fascistas e golpistas que estão se manifestando de maneira agressiva, precisam de ajuda psiquiátrica e pedagógica. Ali não há gente normal que sabe o que está acontecendo com a política brasileira."
Marcia Tiburi diz que os fascistas são resultados de uma produção, já que o fascismo não é natural das pessoas, mas fomentado, principalmente pela tevê, num processo de vários anos. "Para implantar o fascismo, a gente não pode criar um cenário simples e tranquilo, mas um cenário furioso com o discurso do ódio, incitando as pessoas a odiarem os diferentes. Hoje, o cidadão comum, quando encontra alguém que ele não gosta, nós devemos perguntar de onde vem esse ódio, porque não é algo das pessoas. Quem ensina as pessoas a odiar são as instituições."




sexta-feira, 22 de abril de 2016

Palhaços e circos publicam carta de repúdio ao Deputado Tiririca


Ao Excelentíssimo Senhor Tiririca Deputado Federal
Senhor Deputado,
Nós, palhaças e palhaços profissionais, brasileiros e estrangeiros engajados na defesa da democracia do Brasil, manifestamos nossa mais completa insatisfação e repúdio em relação à postura e ao voto de V.Exa na votação do processo de impeachment do último domingo, 17 de abril de 2016.
Como o senhor bem sabe, nossa profissão se baseia, acima de tudo, na verdade e na honra com a qual o artista se dirige a seu público.
O que certamente nos diferencia do senhor, na atual situação de nosso país, é a coragem ética com a qual nós, ao contrário de V.Exa, lutamos pela consolidação da, ainda frágil, democracia brasileira.
Sabemos perfeitamente que, em nosso sistema constitucional, não se pode derrubar um governo simplesmente porque não se concorda com sua política. É preciso que se prove a existência de crime de responsabilidade. E tal noção de crime, forjada do dia para noite, em uma Câmara cujo presidente é investigado na operação Lava Jato, arranha consideravelmente a legitimidade de um processo que se pretende honesto.
V.Exa não quer, ou não tem interesse em observar esses fatos com isenção, honra e justiça. Daí nossa brutal e essencial diferença.
Portanto, deputado Tiririca, trocando em miúdos: no último domingo, lamentavelmente, o senhor não representou os palhaços e palhaças profissionais, envergonhando aqueles que buscam honrar o seu ofício de levar alegria ao povo brasileiro.
Assinam esta carta, as entidades circenses, os coletivos de circo e da palhaçaria e os artistas abaixo:
Cooperativa nacional de CircoCooperativa Paulista de TeatroHugo Possolo e Raul barretto - Parlapatões Patifes e Paspalhões – SP Fernando sampaio - Cia. La mínima – SPesio magalhães e tiche vianna - Barracão Teatro – SP – Campinas
fernando yamamoto - cLOWNS DE SHAKESPEARE – RN
Lily curcio - Seres DE LUZ – sp – cAMPINAS
dagoberto feliz e suzana aragão – folias d´arte – sp
Vera Abbud – As Graças - sp
VAL DE CARVALHO - Coletivo SampalhAças – SP
paulo federal - Casa 360 – Espaço de Arte e bem estar – sp
SILVIA LEBLON - NA Companhia dos anjos – sp – campinas
christiane paoli quito – professora da escola de arte dramática/eca-usp
bete dorgam – professora da escola de arte dramática/eca-usp
Angel Bonora Jorda - Espanha.
Angela de Castro – Inglaterra
Claudio Carneiro – Cirque du Soleil
Ivan Prado – PORTAVOZ INTERNACIONAL DE PALLASOS EM REBELDIA
Duo Finelli – EUA
giovanni foresti – oucloup - itália
Erin Leigh Crites – EUA
Daniela barros – RJ
ÂNGELO BRANDINI – SP
CHRISTIANE GALVAN -SP
VERA LUCIA RIBEIRO - aS MARIAS DAS GRAÇAS – RJ
eSTUDANTES DO INSTITUTO DE ARTES DA UNESP
Festival dos Inhamuns de Circo, Bonecos e Artes de Rua - CE
Circo Escola Lona da Maria – Ce – Itapipoca
MOVIMENTO POPULAR ESCAMBO LIVRE DE RUA - Brasil
ANEPS (Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular e Saúde) – SC
Ponto de Cultura Galpão da Cena de Itapipoca – ce
Associação de Artes Cênicas de Itapipoca -AARTI- Ce
CIRCO GUARACIABA – SP – SOROCABA
CIRCO KOSKOSWISK – SP - SOROCABA
Cia. Balé Baião – ce
Arte JUCÁ – ce
CERVANTES DO BRASIL – CE
Coletivo M´Boitata – MS – Dourados
paola mussati - cia. pelo cano – sp
lUCIANA vIACAVA - cia do ó - sp
Instituto hahaha – Mg
bando de palhaços - rj
lona bamba – sp
Dona Zefinha - ce
circo klenquen - SP
forças armadas - sp
circo di só ladies - sp
CIA. Cromossomos – SP
Circo do Asfalto – SP - São Bernardo do Campo
Coletivo Bassusseder - SP
Cia Vôos – Sp
Esquadrilha da risada - sp
Cia. da Reprise – sp
Exército contra nada – sp
clowbaret - sp
Cia. Maravilhas – PE
Cia. Humatriz - PE
Las cabaças – pará - brASIL
CIRCOVOLANTE - MG
Grupo Off-Sina - RJ
Cia do Solo - RJ
Núcleo Artístico Gema - RJ
Cia Theatro em Cena - MT
Companhia Cênica Ventura - RN
Grupo Teatral Nativos da Terra Rasgada – SP - sorocaba
Charanga Mutante - rj
BANDO LA TRUPE- RN
CIA. CIRANDUÍS - Rn
CIA. ARTE E RISO DE UMARIZAL - rn
CIA ARTE VIVA DE SANTA CRUZ - rn
GRUPO CAFURINGA DE RECIFE - pe
MOVIMENTO CHÁ, CAFÉ, PROSEADO - rn
CENOPOESIA TRAK-TRAK - rn
Palhaço Gourmet – pr
Circo Rodado – prColetivo Miúdo – pr
CIRCOVOLANTE - Mg
PALHAÇO CUS-CUZ - JUNIO SANTOS - BRASIL
Cia. Gêmea - Mg
Coletivo VagaMundo - Rs

Saiba quem foram os deputados maranhenses que disseram SIM ao golpe e NÃO à democracia


Em qual gênero se enquadra o filme de domingo, 17 de abril de 2016, assistido por milhões de brasileiros? Comédia? Drama? Terror? Pornochanchada?
A farsa representada pelo impeachment da presidenta Dilma mostrou a pobreza espiritual e política que reina na Câmara dos Deputados. A maioria absoluta dos que disseram sim ao impeachment não se detiveram em justificar se havia ou não crime de responsabilidade, mas cinicamente votavam em nome de Deus, dos filhos, da sua cidade e base eleitoral, etc.
A exibição desse teatro da mediocridade comprovou a inexistência de uma base jurídica para o impeachment e a confirmação de que se trata de um golpe contra o governo Dilma, contra o PT e contra a democracia.   
Dez deputados maranhenses disseram sim ao golpe: Alberto Filho (PMDB), André Fufuca (PP), Cleber Verde (PRB), Eliziane Gama (PPS), Hildo Rocha (PMDB), João Castelo (PSDB), José Reinaldo (PSB), Juscelino Filho (DEM), Sarney Filho (PV) e Victor Mendes (PSD).
As justificativas para votar pelo impeachment foram as mais disparatadas possíveis. Alberto Filho lembrou os 96 anos de Bacabal; André Fufuca falou em nome das pessoas que foram enganadas pela refinaria Premium etc. etc.; Cleber Verde fez algumas frases de efeito antes de dizer sim; Eliziane Gama falou em nome do Maranhão, de São Luís, do Nordeste e enfatizou a “corrupção cristalizada nesse governo”, como se a corrupção tivesse sido inventada agora, “esquecendo” a enorme lista de corruptos que não fazem parte do governo, inclusive o corrupto que estava bem à sua frente, a conduzir aquele processo de impeachment, o deputado Eduardo Cunha; Hildo Rocha falou em nome do Maranhão; João Castelo citou as palavras “coerência e dignidade”, logo ele que foi condenado a devolver mais de cem milhões aos cofres públicos (que dignidade!) por falcatruas realizadas quando prefeito de São Luís  (detalhe: em 1992, João Castelo posicionou-se contra o impeachment de Collor); José Reinaldo lembrou a “cassação injusta” de Jackson Lago, mas esqueceu de dizer que a cassação do ex-governador do Maranhão foi promovida pelo grupo Sarney, a quem domingo José Reinaldo estava aliado na votação do impeachment e na cassação injusta de Dilma; Juscelino Filho falou de Vitorino Freire e Santa Inês, cidades que são sua base eleitoral; Sarney Filho justificou o sim em nome do seu partido (PV) e Victor Mendes falou da cidade de Pinheiro e fez uma homenagem às suas filhas. Ou seja: nenhum dos dez deputados maranhenses tocou no mérito da questão: se existia ou não crime de responsabilidade.

Oito deputados maranhenses votaram contra o golpe

Oito deputados maranhenses votaram contra o golpe: Aluízio Mendes (PTN), João Marcelo Souza (PMDB), Júnior Marreca (PEN), Pedro Fernandes (PTB), Rubens Pereira Jr. (PCdoB), Waldir Maranhão (PP), Weverton Rocha (PDT) e Zé Carlos (PT).
Ao se posicionar contra o golpe, o deputado Rubens Pereira Jr. desmascarou a farsa montada por Eduardo Cunha e seu bando de demagogos. Suas palavras sintetizam em que consiste o golpe:

“Conseguiu, hein presidente? Governo mal avaliado deve ser julgado nas ruas. Aqui deve ser avaliado se pedalada, decreto, é ou não crime de responsabilidade e segundo a Constituição não é. Defender a Constituição em momentos contramajoritários é pra quem tem coragem e é por isso que eu voto não.”  (Rubens Pereira Jr.)